Anciã

Continuando o assunto sobre arquétipo e imagem arquetípica vamos falar sobre a Anciã, um dos arquétipo que influenciam o ciclo menstrual e o ciclo de vida da mulher.

Leia também >>> Arquétipo e Imagem arquetípica

A face Anciã da Deusa se manifesta em nosso ciclo menstrual na fase da menstruação. Mas, vamos primeiro falar sobre o significado da Anciã.

Ela é aquela que nos acolhe quando estamos nas nossas raízes mais profundas, se na fase Feiticeira fizemos o caminho para dentro de nosso submundo, na Anciã repousamos no centro do nosso próprio labirinto. Voltamos a ser sementes. Faz analogia com a Lua Nova e a estação do inverno. Dentro do mais profundo em nós descansamos, nos nutrimos de nós mesmas. Anciã trabalha em nós os mistérios da morte e do renascimento. Ao nos tornamos sementes nos preparamos para nos transformar em flor. Portanto ela pede silêncio, quietude e introspecção. O que você precisa deixar morrer? Ao mesmo tempo que ela trabalha a morte, nos prepara para a vida. O que você almeja para o próximo ciclo? Morte e vida andam de mãos dadas. A anciã nos ensina a sabedoria do desapego, quando realmente precisamos abrir mão do velho para que o novo possa entrar. Ela nos ensina que na solidão em si mesma que a semente encontra forças para romper a casca e na primavera florescer.

Essa imagem arquetípica está presente em nós não só na fase menstrual, como em vários momentos da vida. Tanto no homem quanto na mulher. Todos nós precisamos viajar eventualmente para dentro de si.

Sombra da Anciã

Quando mergulhamos demasiadamente nessa imagem arquetípica tendenciamos à nos esconder dentro de nós mesmas. Ou seja, fugir de se expor para o mundo. A fase anciã está intimamente relacionado ao nosso pode pessoal. É somente retornando às nossas raízes mais profundas que teremos alicerce para florescer bem alto. Mas quando nos aninhamos em nossas raízes podemos fazer desse lugar uma zona de conforto e por isso acabar impedindo o nosso próprio florescimento. Quando não nos permitimos brilhar pode ser que estamos nos escondendo, sendo apenas sementes.

Para manifestar esse poder pessoal precisamos deixar morrer o que já não serve mais, e a Anciã é a fase da morte e renascimento. Ela cava dentro de si mesma à procura do precisa morrer, simbolicamente falando. Nosso inconsciente responde à simbologia de forma primordial, por isso usamos dos mitos para compreender melhor esses arquétipos.

Cerridwen, também conhecida como Ceridwen, Cyrridven, Kerdwin, (pronincia-se Ker-id-uen) é uma feiticeira da mitologia celta da Gália, ela é considerada por muitos como a Deusa lunar da morte, renascimento, transformação e inspiração, uma Grande Mãe e Senhora. O caldeirão de Cerridwen é um dos muitos caldeirões de sabedoria celta. O caldeirão era um ponto central para o mistério religioso e representa a regeneração no útero da Deusa. Seu caldeirão foi chamado Awen era o caldeirão do conhecimento divino, da sabedoria, do renascimento e da inspiração. Ela chega em nossas vidas anunciando um tempo de morte e renascimento. Quando algo está para morrer, devemos permitir que se vá para que algo novo possa nascer. Não devemos encarar a morte como um fim, mas um renascimento.

Esse é o convite que a Anciã nos faz mês a mês.

Leita também >>>Imagem Arquetípica da Feiticeira

Dicas

Palavras chaves:

  • Desapego
  • Inconsciente
  • Transmutação
  • Ancestralidade
  • Magia
  • Sonhos

A face escura da Anciã se manifesta com o tentar se esconder. Ao invés de usar a potência da sombra para criar raízes e florescer, ela se fecha em uma semente e não quer virar broto, ela não se permite brilhar. Se esconde para não ser vista, assim ela tem a ilusão de que ninguém irá ver sua sombra, mas esquece que assim ninguém verá sua luz também. O isolamento em excesso, o medo de não colocar nada em prática por achar que ninguém vai gostar ou pior que vão gostar e o que fazer então com o sucesso? Na sombra da anciã ficamos paralisadas dentro de nós mesmas. Não agimos e não temos coragem de fazer nada novo, seja por medo de errar, medo das críticas ou até mesmo medo dos elogios. Desidentificar de uma crença limitante é compreender que aquilo faz parte de você, mas não te domina. É trazer para a consciência e aceitar que isso existe, mas que agora você irá fazer diferente. Esse processo pode não ser rápido e também  não deve ser racionalizado, mas sim sentido.

Outra Deusa que pode ser associada à esse arquétipo é a Deusa Africana Nanã. Ela como Deusa dessa fase atua decantando nossas emoções, transmutando nosso campo energético e desidentificando-nos das crenças limitantes e dores. Aqui ainda é momento de sentir e não pensar. As energias irradiadas por Nanã aquietam, assim ela trabalha decantando completamente os vícios e desequilíbrios. Ela atua na memória dos seres, por isso essa fase podemos ter a memória fraca para as coisas do presente, mas trazer à tona coisas do passado.

Na mitologia Iorubá Nanã é a orixá velha, ela que fornece à Oxalá o barro para moldar os humanos. É do barro de Nanã que nós viemos e para lá que voltaremos. Ela trabalha profundamente os mistérios da morte e renascimento. É ela que acolhe as almas na hora da passagem e quando estamos reencarnando na Terra é ela que decanta nossas memórias e adormece o espírito. Ela nos acolhe em nossa caverna e nos ajuda deixar ir o que está impedindo a manifestação do nosso poder pessoal.

Permita-se desapegar da carcaça da semente e floresça!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Scroll to Top